quarta-feira, 24 de março de 2010

O Retrato de Dooley Gray


Após uma breve calmaria nos principais pólos de investimentos charlatanísticos do universo acionário, o mercado foi novamente surpreendido por surreais notícias inverossímeis acerca da infame companhia de fanfarronices desarmônicas, LONELY SEX CORPORATION AVILTATION GROUP, tumultuando todo o sistema de atividades econômicas e fluxos globais de capitais.

Conforme a respeitável publicação “Flatulentos Psicóticos S/A”, periódico segmentado em tomar conta da vida de personalidades pregressas, o motivo do rebu financeiro foi o achado de um enigmático retrato pintado a óleo de rícino do controverso acionista dadaísta Richard “Dooley Gray” Junior, datado do século passado.

A autenticidade da peça, avaliada em milhões de dólares no câmbio de artes profanas, vem sendo severamente contestada, pois de acordo com a mítica em torno da obra, exposta no Museu do Louvre, situado na República da Gália Celta, província vizinha à região autóctone de Jacupiranga do Norte, esta conteria a alma negra do insípido espancador de artefatos tribais e percussão, o flatulento psicótico Dooley Gray, barganhada com os reinos abissais em troca de juventude eterna.

Segundo curadores e arqueólogos sérios, essa história não faz sentido algum, tendo em vista os incontáveis pés de galinha e rugas que infestam a cara de pica do referido bon vivanti, cuja face mais parece um enorme guia geográfico da cidade de Nova Iorque, não passando de mais uma tentativa blasfema de golpe baixo aplicada pelos embusteiros para resgatar a nefasta companhia da iminente bancarrota.

Como não poderia deixar de ser, o tiro saiu pela culatra e os boatos influenciaram negativamente as Bolsas de Valores do mundo inteiro, fazendo as ações da mega empresa que, diga-se de passagem, já não valiam porra nenhuma, despencarem feito fruta madura entre os conglomerados especulativos dos blocos emergentes de business and fuckiness investments society.

Dooley Gray não foi encontrado para dar declarações. O irascível diretor filhinho da mamãe Alexandre Xereca Von Careca, depois de enfiar a mão na cara de um repórter inconveniente, mandou todo mundo circular da frente do seu estúdio. O restante da trupe de magnatas vigaristas dissimuladamente deram uma de joão-sem-braço e fugiram pelas portas do fundo.

A Assessoria de Comunicação dos canalhas limitou-se a suspirar e resmungar em tom de súplica, “cada coisa que tenho que suportar por causa dessa crise de desemprego”. Nada mais foi dito nem lhes foi perguntado.